Piloto suspeito de participar da morte de chefes do tráfico após emboscada durante voo morre em ação policial

A Polícia Militar (PM) divulgou que o piloto Felipe Ramos Morais, de 36 anos, e outros dois homens morreram em uma ação policial nesta sexta-feira (17), em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana da capital. Felipe foi preso em maio de 2018 suspeito de envolvimento na morte de chefes de quadrilhas de tráfico de drogas Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.

“A população denunciou a movimentação anormal de aeronaves e, quando fomos checar, constatamos que estavam sendo usadas para o tráfico de drogas. Os indivíduos de alta periculosidade reagiram violentamente à abordagem”, explicou o major Renyson Castanheira, do Comando de Operações de Divisas (COD).

Ao g1, o major informou que, além de Felipe, outros dois homens suspeitos de tráfico de drogas também morreram na ação. A PM disse ainda que apreendeu três helicópteros, que estava com o grupo.

“Eles estavam utilizando um heliponto irregular para o tráfico de drogas. Foi apreendida cocaína pura oriunda da Bolívia e, nesse ponto, eles fazem o escoamento em quantidades menores”, contou o major.

Segundo o major, oito policiais trabalharam na operação, que apreendeu a droga, as aeronaves e três pistolas semiautomáticas. A polícia não divulgou a identidade dos outros dois homens mortos na ação.

À TV Anhanguera, a PM detalhou que, em 2018, Felipe teria conduzido de helicóptero os dois integrantes da facção criminosa, que depois foram mortos em uma emboscada no Ceará. No entanto, em 2021, após acertar uma delação premiada, o piloto foi absolvido por um juiz da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Depois da delação, a polícia conseguiu recuperar R$ 1 bilhão da facção criminosa dos homens que foram mortos em 2018 na emboscada, segundo a PM.

O assassinato

Em 2018, o g1 mostrou que Felipe era piloto do helicóptero usado na operação em que os chefes do tráfico foram assassinados. Na época, ele informou, por meio de seu advogado, que foi contratado por Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Cabelo Duro, também da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) e executado a tiros na frente de um hotel em São Paulo dias depois.

O piloto afirmou que deveria levar passageiros do Ceará para São Paulo, mas foi obrigado a pousar pouco depois da decolagem. Felipe negou ter simulado uma pane na aeronave e disse que viu as execuções na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza.

Gegê do Mangue era foragido da Justiça e apontado como o segundo chefe na hierarquia da facção criminosa de São Paulo, abaixo apenas de Marcola. Os corpos dele e de Paca foram encontrados com marcas de tiros. Nove câmeras de segurança captaram os detalhes da emboscada.

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