Sarto diz que reivindicação de PMs não deve ter “viés politiqueiro”

O entendimento do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), José Sarto (PDT), é de que a sessão desta quinta-feira transcorrerá naturalmente, apesar de manifestação de policiais militares estar prevista para ocorrer nas dependências da Casa. Como os trabalhos foram reabertos no último dia 3, a tradicional quinta-feira de votações não ocorrerá. É quando o plenário costuma ficar mais lotado.

Sarto diz que não convocou reforço policial para o dia, “até porque não tem sentido pedir reforço militar porque os próprios militares estarão lá.” Ele alerta que o movimento de reivindicação dos policiais não pode ser misturado a “viés politiqueiro.” “Quero crer que a maioria esmagadora sabe distinguir o que é demanda da categoria e o que é engenharia política”, sublinhou em conversa com O POVO.

O pacote de reestruturação das carreiras dos agentes de segurança repercutiu negativamente em parte dos profissionais, que aponta o aumento como injusto e aquém da inflação. Divulgado no último dia 31 pelo secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, a proposta é de uma elevação salarial dividida em quatro parcelas.

Voz de representação de policiais, Capitão Wagner (Pros) desponta como principal opositor do grupo governista na disputa à Prefeitura deste ano. Pesquisas o colocam na dianteira. O PDT ainda não lançou pré-candidato na disputa. O deputado federal, por sinal, não estará no protesto. “Tenho agenda em Brasília”, justificou.

Assim, movimentação prevista é liderada pelo aliado dele, deputado Soldado Noelio (Pros), outro representante dos agentes. Durante sessão de ontem, ele se aproximou repetidas vezes de Júlio César Filho (Cidadania), líder de Camilo na Casa, para frisar as demandas da categoria. Ao fim de pronunciamento que fez na tribuna sobre o tema, chorou.

Mesmo tendo dito que a responsabilidade pela condução das tratativas recai sobre Camilo Santana e o comandante da Polícia Militar do Ceará, Alexandre Ávila, o presidente da AL-CE também reconhece que o momento é de “ouvir e pactuar.”

“O Estado tem que se adequar”, diz. “Estamos no limite de alerta. Este movimento que o governador fez para a segurança representa R$ 440 milhões.” Questionado se o quadro de 2012 pode se repetir, quando PMs paralisaram, ele distanciou a possibilidade, citando, por exemplo, a lei de promoções.

Os jornalistas Carlos Holanda, repórter de Política; Carlos Mazza, repórter, colunista e coordenador do O POVO Dados; e Érico Firmo, editor e colunista do O POVO, debatem a polêmica envolvendo o reajuste dos profissionais de segurança. Ouça abaixo:

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O Povo

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