Professora conta ter levado soco no rosto após pedir que homem usasse máscara em reforço escolar

Uma professora de reforço escolar afirma que foi agredida com um soco no rosto e ficou desacordada após pedir que um homem usasse máscara de proteção para entrar no local onde ela leciona. O caso aconteceu na manhã de quinta-feira (24), na cidade de Quixadá, no interior do Ceará.

Conforme a Delegacia Regional de Quixadá, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência na unidade, que investiga o ocorrido. Agentes realizam buscas na região para tentar capturar o agressor. A Polícia Civil afirmou, em nota, que investiga uma ocorrência de lesão corporal, no município de Quixadá.

Segundo Elielma Rodrigues, 29 anos, o reforço escolar funciona na residência em que ela mora com a família. Na quinta (24), por volta das 8h20, o homem foi ao endereço, no Centro do município, informando que estava em busca de aulas para a filha, que estuda no 6º ano do ensino fundamental.

“Ouvi uma pessoa chamando no portão, que perguntou se ali funcionava um reforço. Respondi que sim e o homem informou que estava em busca de um reforço para a filha, que cursa a 6ª série, para quando as aulas retornassem em agosto. Ele perguntou como era o ambiente e pediu para conhecer. Como meu irmão estava em casa, eu confiei”, relata.

Recusa em usar a máscara

A professora afirma que o homem estava com a máscara embaixo do queixo e pediu para ele usar o acessório corretamente para entrar na casa. O homem, de acordo com a vítima, se irritou com o pedido, retrucou e a agrediu com um soco.

“Informei que ele poderia entrar, mas teria que colocar a máscara e ele ficou agressivo e falou: ‘não coloco máscara em lugar nenhum e não é você que vai me fazer usar’. Informei que não poderia deixar ele entrar. Ele partiu para cima de mim com um soco, eu caí no chão desacordada e ele saiu”, relembra.

Elielma afirma que foi socorrida pelo irmão, que a encontrou caída no chão da sala. “No momento da agressão meu irmão estava na cozinha tomando café e não ouviu nada. Quando eu tornei, eu contei o que tinha acontecido. Um carro da polícia passou na rua, meu pai rodou no bairro com eles, mas o homem não foi localizado”.

A docente descreve o agressor como um homem branco, de aproximadamente 35 anos, cerca de 1,70 de altura e olhos escuros. No momento da agressão, ele estava vestido com uma calça branca e uma bermuda jeans.

Formada há quatro anos em história, pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), e há cerca de dois anos trabalhando com reforço escolar em casa, Elielma relata que além do olho roxo, a agressão a deixou com um misto de sentimentos.

“A sensação é até difícil de descrever, são tantos sentimentos. Tristeza, revolta, dor, porque é uma agressão tão gratuita. O que eu estava pedindo não era algo absurdo, já que todo mundo sabe que é para usar máscara. A gente se sente humilhada”.

A professora explica que cumpre as medidas sanitárias para proteger a família e os alunos contra a Covid-19. “No reforço é obrigatório o uso da máscara, álcool em gel, distanciamento entre os estudantes, além disso, há aferição da temperatura antes de entrarem na casa”.

Investigação

A Polícia Civil confirma que a vítima de 29 anos, professora, foi agredida por um homem após um desentendimento em sua casa, onde leciona por meio de reforço escolar.

Ainda segundo a Polícia, o suspeito teria chegado ao local demonstrando interesse em contratar o serviço de reforço escolar antes de cometer a violência.

A vítima realizou um exame de corpo de delito no Núcleo de Perícia Forense da cidade na tarde desta sexta-feira (25). O resultado do laudo será encaminhado para a delegacia.

Denúncias

A polícia ressalta que população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. As informações também podem ser repassadas para o número (88) 3445-1047, da Delegacia Regional de Quixadá, ou para o WhatsApp da unidade policial, pelo número (88) 98821-6771.

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