Prefeitura de SP nega que covas abertas em cemitério seja por causa de vítimas de coronavírus

O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse nessa sexta-feira (3) que as covas abertas no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, não foram feitas por causa da pandemia de coronavírus. A imagem foi capa do jornal norte-americano “The Washington Post” na quinta-feira (2).

De acordo com o prefeito, a abertura de dezenas de covas em filas é o procedimento padrão dos cemitérios municipais nessa época do ano, quando acaba o período de chuvas. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

“A imagem é real, mas é importante esclarecer que ela não tem nenhuma relação com o período que passamos. Todo os anos, ao final do período de chuvas, isso é feito nos cemitérios municipais para preparar o cemitério para o ano todo. Portanto não há nenhuma novidade sobre o que foi feito em 2019, 2018, 2017. Essa imagem pode ser feita todos os anos nos cemitérios municipais. Ela não foi feita excepcionalmente por causa do coronavírus, ela é feita sempre nesse período quando termina o período de chuvas”, afirmou Covas.


Junto com a imagem do cemitério, o “The Washington Post” disse que o “contágio pode esmagar o mundo em desenvolvimento” e que “os países do Hemisfério Sul demoraram a reagir, aceleraram seus passos, mas o presidente do Brasil chamou o surto de ‘fantasia'”. A publicação também salientou que os coveiros usavam roupas de proteção especial para não se contaminarem pelo vírus.

Junto com a imagem do cemitério, o “The Washington Post” disse que o “contágio pode esmagar o mundo em desenvolvimento” e que “os países do Hemisfério Sul demoraram a reagir, aceleraram seus passos, mas o presidente do Brasil chamou o surto de ‘fantasia'”. A publicação também salientou que os coveiros usavam roupas de proteção especial para não se contaminarem pelo vírus.

Bolsonaro diz que é ‘sensacionalismo’

Na quinta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi questionado sobre a capa da publicação durante entrevista concedida para o a Jovem Pan.

“Mandei levantar se não era uma fake news. Parece que não é. Se não for, que vergonha, prezado prefeito Bruno Covas. Está buscando sensacionalismo em cima de pessoas que podem morrer pela contaminação da Covid-19 ”, declarou.

Bolsonaro afirmou que as covas abertas não demonstram uma medida preventiva, mas sim de terror. “Eu não quero nem continuar a falar sobre esse prefeito, que é coladaço no governador João Doria. Lamento, é triste para o Brasil e para a política brasileira.”

Velórios duram dez minutos

A causa da morte determina o tipo de cerimônia que as pessoas podem fazer em cemitérios na capital paulista em meio à pandemia do coronavírus. Nas mortes por quase todos os tipos de doenças, o velório pode durar no máximo uma hora. Se o corpo for de uma vítima de Covid-19, ou se houver apenas suspeita indicada, no atestado de óbito, o velório só pode durar 10 minutos.

Antes da pandemia, os velórios em São Paulo duravam horas.

O velório de Maria Moraes Gonçalves, de 82 anos, de Embu das Artes, que morreu com suspeita da doença, mas sem o resultado do exame de coronavírus, por exemplo, durou poucos minutos com caixão lacrado.

O maior cemitério público do país, o da Vila Formosa, na Zona Leste, está preparado para sepultar vários corpos ao mesmo tempo. Nesta segunda-feira (30), o GloboCop registrou dois enterros em dez minutos e os coveiros usavam roupas especiais para evitar riscos de contaminação.

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