Preço da gasolina chega a R$ 4,59 em postos de Fortaleza

Após ser vendido por até R$ 3,999 em fevereiro, o preço do litro da gasolina saltou para R$ 4,599 em Fortaleza, na última quinta-feira (21) o que representou um aumento de 15% nas bombas – nove pontos percentuais a mais do que os ajustes feitos pela Petrobras na refinarias. O motivo? Nem a Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) conseguiu identificar, uma vez que a pesquisa divulgada semana passada não mapeou esses números.

Já na avaliação do consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, entre os fatores que pesaram no preço da gasolina estão a alta da cotação do barril de petróleo no mercado internacional e a alta do dólar. Em fevereiro, o preço do barril de petróleo do tipo brent subiu 6,4%, fechando a US$ 65,87 no dia 25. E o dólar registrou alta de 2,4%, fechando a R$ 3,74, no dia 24. 

“Tivemos reajuste na refinaria, alta da taxa cambial e do preço do petróleo cru no mercado internacional”, diz. 

“Ainda assim, considero um aumento em torno de 10% exagerado, a não ser que os preços estivessem represados e agora chegou-se a um equilíbrio”, observa.

Nesta segunda, a reportagem pesquisou 19 postos, nos bairros Dionísio Torres, Joaquim Távora, Centro, Aldeota e Meireles, onde os preços iam de R$ 4,290 (alta de 8,9% em relação ao preço mínimo encontrado pela ANP) até R$ 4,599, 9,5% superior ao preço máximo encontrado pela agência.

Histórico

De acordo com os dados da ANP na semana de 17 a 23 de fevereiro, o preço médio do combustível na Capital foi de R$ 4,045, variando de R$ 3,939 a R$ 4,199, considerando os 101 estabelecimentos pesquisados.

Enquanto a variação do preço da gasolina em Fortaleza ficou em torno de 9%, na semana, o preço médio da gasolina vendida às distribuidoras (sem tributos) sofreu alta de 6,1%, segundo a Petrobras, passando de R$ 1,558, no dia 16 de fevereiro, para R$ 1,653. De acordo com a Petrobras, a distribuição e revenda é responsável por 15% do preço da gasolina. O restante é referente a ICMS (31%), preço na refinaria (27%), Cide e PIS/Pasep e Cofins (16%) e custo do etanol anidro (12%).

Livre concorrência

Questionado sobre a variação, o assessor econômico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Gomes Costa, disse que não houve um fator específico para a alta desta semana, e que os preços variam de acordo com a livre concorrência entre os estabelecimentos. 

“Desde o início do ano, houve uma grande queda do preço e agora subiu. A gasolina já esteve próximo a R$ 5,00 e a R$ 3,00. E o preço do barril de petróleo já esteve em US$ 30 e em US$ 70”, disse.

De acordo com a Petrobras, o preço praticado ao consumidor é composto por três parcelas: realização do produtor ou importador, tributos e margens de comercialização (equivalente às margens brutas de distribuição e dos postos revendedores de gasolina).

Na maior parte dos Estados, o cálculo do ICMS é baseado em um preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF), atualizado quinzenalmente pelos governos estaduais. Assim, diz a estatal, o preço nos postos revendedores pode ser alterado sem que tenha havido alteração na parcela do preço que cabe à Petrobras.

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