Policiais Civis suspeitos de roubo são soltos durante audiência em Fortaleza

A Justiça do Ceará determinou a soltura de sete inspetores da Polícia Civil investigados por participação em um suposto esquema criminoso relacionado a roubos, extorsões e torturas. Os envolvidos na chamada “Operação Vereda” foram soltos durante audiências ocorridas nesta quarta e quinta-feira (6 e 7), na 32ª Vara Federal, no Bairro Aldeota. A prisão foi convertida em afastamento das funções públicas.

Eles haviam sido presos em julho, na segunda fase da operação que investiga participação de policiais em uma série de crimes.

O pedido da defesa dos inspetores foi aceito pelo titular da 32ª Vara, Danilo Dias Vasconcelos de Almeida. Foi considerado que a instrução processual penal está perto de ser concluída. Colocou-se ainda que a reclusão não é mais de interesse à aplicação da lei penal, já que há baixa probabilidade de que seja decretado algum perdimento, segundo o magistrado.

“Finalmente, quanto à garantia da ordem pública, entendo que o afastamento já efetuado, anteriormente, assim como o período de segregação efetivado, já foi suficiente ao desmantelamento de eventual grupo criminoso que estivesse formado no âmbito da delegacia, até mesmo porque a repercussão pessoal e profissional do presente processo torna pouco provável que os acusados tenham condições de incorrerem em eventual reiteração criminosa”, informou o juiz.

O titular da Vara ressaltou que o afastamento das funções dos envolvidos é suficiente para que a eficácia do processo seja garantida, por isso converteu em desligamento das funções públicas as prisões preventivas de Raimundo Nonato Nogueira Júnior, Antônio Chaves Pinto Júnior, José Audízio Soares Júnior, Fábio Oliveira Benevides, Antônio Henrique Gomes de Araújo, Francisco Alex de Sousa e Rafael de Oliveira Domingues.

Também autorizou que seja retirada a tornozeleira eletrônica de Fábio Oliveira Benevides.

O advogado de defesa de parte dos acusados, Kaio Castro, alegou que durante toda a investigação a Justiça Federal só tinha acesso aos fatos repassados unilateralmente pela Polícia Federal.

“Com o início do processo e, consequentemente, do contraditório, conseguimos provar por diversos meios que as acusações atribuídas aos policiais civis não eram aquilo que estava desenhado no inquérito policial. A decisão representa nada mais que uma medida justa e em consonância com a ordenamento jurídico pátrio”.

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