Policia conclui que atirador da Catedral de Campinas treinava usando jogos de tiro

A Polícia Civil de Campinas (SP) concluiu que Euler Fernando Grandolpho, que abriu fogo na Catedral matando cinco pessoas e cometeu suicídio em seguida em 11 de dezembro de 2018, aprendeu a atirar através de jogos de tiro de vídeo game.

As investigações não mostraram indícios de que o atirador teria feito parte de qualquer tipo de clube de tiro. Além disso, nas anotações dos diários encontrados na residência de Euler, há menções a um jogo de tiro chamado de ‘PUBG’.

“Comecei a ver live ‘PUBG’ [game de tiro]. Depois de +/- 3 minutos elas invadem e começam a interferência (escandalosa, por sinal) Depois de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma que ele tinha em casa]. Pararam na hora. Liguei o rádio.”

O inquérito foi concluído e será encaminhado ao Ministério Público até sexta-feira (22). O documento final conta com mais de 500 páginas e ao menos 19 laudos de análise, além de fotos.

Agiu sozinho

A Polícia concluiu que Euler agiu sozinho. Durante as diligências, não foram encontrados registros nos diários ou computadores que apontassem a participação de outra pessoa, apesar do atirador ter feito uma breve parada no camelódromo antes do ataque. Ele planejava “algo grande” desde 2008 e não deixou vestígios de que houvesse motivação religiosa.

Arma do Paraguai

Sobre a arma utilizada no ataque, a Polícia acredita que tenha sido comprada em uma das três viagens que o atirador fez ao Paraguai.

O inquérito foi concluído sem que a Polícia conseguisse identificar a numeração da arma. Porém, o delegado responsável pelo caso, Hamilton Caviola Filho, ressalta que as anotações sobre o Paraguai no diário e a especificidade da arma, que não é facilmente encontrada no Brasil, levam a Polícia a crer nessa teoria.

Isso porque a arma de 9mm, conhecida como CZ e utilizada no ataque, costuma ser encontrada com atiradores profissionais ou colecionadores. Como não há nenhum registro de furto ou roubo de uma arma do tipo no país, a Polícia Civil concluiu que foi adquirida fora do Brasil.

“Em vários momentos nas anotações, ele fala no Paraguai. Num deles, ele diz que pessoalmente ia lá para comprar uma arma. Não encontramos nota fiscal , mas tudo leva a crer, pela arma, por ser desse modelo, o comércio dela é muito restrito aqui. Com certeza ela veio do Paraguai”, explica.

Relembre o ataque

No dia 11 dezembro de 2018, Euler Fernando Grandolpho abriu fogo contra fiéis logo após uma missa na Catedral de Campinas. Matou quatro pessoas no local, deixou outras quatro feridas e em seguida se matou. A quinta vítima fatal morreu no hospital no dia seguinte.

Trechos de um diário escrito por ele, áudios e depoimentos de vítimas, testemunhas e familiares do atirador fizeram parte das investigações policiais.

De acordo com a Polícia Civil, o Instituto Médico Legal (IML) constatou que o atirador foi morto pelo disparo que ele fez contra o próprio ouvido.

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