PMs, ex-vereador e empresária são presos por esquema de agiotagem no Ceará

Três policiais militares, um ex-vereador por Canindé e a sua esposa, além de uma empresária dona de postos de combustíveis, foram presos na Operação São Francisco, nesta quinta-feira (24), por suspeita de integrarem um esquema de agiotagem e extorsão no Município, que movimentou ao menos R$ 8,2 milhões. 

A Operação foi deflagrada pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD); pelo Ministério Público do Ceará (MPCE); pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), da Polícia Federal (PF); e pela Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

A Operação cumpriu 4 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária, 9 mandados de busca e apreensão e sequestros de bens, expedidos pela Justiça Estadual. Os nomes dos alvos não foram divulgados.

“Dentre os suspeitos de praticarem os crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro, estão três policiais militares, uma empresária local dona de postos de combustíveis, um ex-vereador do município e sua esposa, além de um segurança patrimonial”, divulgou o MPCE.

A investigação se iniciou com a denúncia de uma ex-integrante do esquema que, posteriormente, passou a ser extorquida pelo grupo criminoso para que pagasse valores emprestados a pessoas indicadas por ela ao líder da organização.

VEÍCULOS DE LUXO E DINHEIRO SÃO APREENDIDOS

Segundo a CGD, “o alvo central é um policial militar – contra o qual foi cumprido mandado de prisão preventiva e de busca e apreensão. Foram apreendidos três veículos de luxo, além de 15 mil reais em espécie e 4 armas de fogo. Até o momento, a operação identificou operadores de agiotagem, laranjas e indivíduos responsáveis pela lavagem de dinheiro do grupo”.

A reportagem apurou que o PM – um cabo – detinha dois veículos de luxo. Ele seria o líder da organização criminosa e emprestaria dinheiro a juros exorbitantes para, posteriormente, ocultar os valores na compra de bens luxuosos.

A Justiça também determinou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, bancário e de informática dos suspeitos e o bloqueio de possíveis valores que estes tivessem em contas bancárias.

R$ 8,2 MI teriam sido movimentados pela quadrilha, desde 2019, segundo relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (COAF).

O titular da 2ª Promotoria de Justiça de Canindé, promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto, comentou que “a finalidade das ordens judiciais é apreender objetos e documentos que corroborem e consolidem o elemento de prova, bem como enfraquecer a associação com apreensão de bens e valores”. O coordenador da FICCO, delegado federal Igor Conti, também participou da investigação.

A operação recebeu o nome de “São Francisco” em virtude de os crimes terem sido cometidos no município de Canindé, conhecido nacionalmente por ter aquele santo como padroeiro e ser destino de fiéis devotos de São Francisco das Chagas, esclareceu o MPCE.

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