Pílula anticoncepcional masculina passa nos primeiros testes

Os resultados de testes com uma nova pílula anticoncepcional masculina testada em homens saudáveis por cientistas norte-americanos foram divulgados nesta terça-feira (26), em encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, em Nova Orleans (EUA), e revelaram que esta pode ser uma maneira efetiva de diminuir a produção de espermatozoides sem afetar a libido. As informações são do portal Deutsche Welle.

Chamado de 11-beta-MNTDC, o contraceptivo masculino consiste em testosterona modificada que combina as ações de um hormônio masculino, o androgênio, e a progesterona. 

De acordo com Christina Wang, do Instituto de Investigação Biomédica de Los Angeles, na Califórnia, os resultados sugerem que a combinação dessas duas atividades hormonais “diminui a produção de espermatozoides mantendo a libido”.

A pesquisadora acredita que o medicamento possa estar no mercado em cerca de 10 anos. Segundo ela, citando um estudo publicado em 2005,  55% dos homens em relacionamentos estáveis estão abertos a tentar novos métodos contraceptivos hormonais caso seus efeitos sejam reversíveis.  

Na pesquisa, de um total de 40 homens, 14 receberam doses de 200 miligramas do medicamento e 16 de 400 miligramas. Outros 10 receberam uma cápsula de  placebo. Todos ingeriram o comprimido uma vez por dia, ao longo de 28 dias.

Os homens que ingeriram a 11-beta-MNTDC mostraram queda no nível médio de testosterona. Os participantes reportaram casos de fadiga, acne e dores de cabeça, mas não relataram efeitos colaterais sérios.

Stephanie Page, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, afirmou que os efeitos da baixa testosterona foram mínimos porque a 11-beta-MNTDC simula bem a testosterona no restante do corpo. No entanto, a substância não tem capacidade para apoiar a produção de esperma nos testículos.

— O objetivo é encontrar o composto com menos efeitos colaterais e mais eficaz — disse Page, ao Deutsche Welle.

O próximo passo da pesquisa é realizar procedimentos de maior duração, já que testes por um período 60 a 90 dias teriam sido necessários para afetar a produção de esperma. Se comprovada a eficácia, o medicamento será testado em casais sexualmente ativos.

Deixe um comentário