Paulo Gustavo apresenta complicações graves, informa boletim médico

Internado desde 13 de março por complicações de Covid-19, em um hospital particular no Rio de Janeiro, o ator Paulo Gustavo permanece no Serviço de Terapia Intensiva e nas últimas 24 horas surgiram complicações graves, informou o boletim médico emitido nesta segunda-feira (3). 

“Ontem à tarde, após redução dos sedativos e do bloqueador neuromuscular, o paciente acordou e interagiu bem com a equipe profissional e com o seu marido. À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa”, detalhou o boletim.

A equipe médica disse ainda que a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade.

Em boletim emitido no dia 26 de abril, o ator apresentava uma nova pneumonia bacteriana, mas, segundo a equipe médica, Paulo Gustavo apontava “sinais discretos de interação com o meio, apesar do uso de sedativos”.

ECMO

Internado com um quadro grave da Covid-19, Paulo Gustavo foi submetido a partir do início de abril o tratamento por ECMO, sigla em inglês para “oxigenação por membrana extracorporal”.

Em entrevista à CNN após o início do tratamento, a cardiologista e intensivista Ludhmilla Hajjar explicou que a estrutura funciona como um “pulmão artificial” e é utilizada quando a respiração mecânica já não é mais suficiente para proporcionar uma boa oxigenação ao paciente, o que explica a sua utilização em casos de Covid-19 como o do artista.

“É uma técnica utilizada há décadas, quando o paciente tinha pneumonia muito grave a ponto dos respiradores artificiais não serem suficientes para obterem oxigenação adequada do organismo”, disse a cardiologista. 

De acordo com Hajjar, os principais objetivos da ECMO são “oxigenar o organismo, eliminar o gás carbônico e propiciar um repouso do pulmão doente”. “Propicia que o próprio organismo e os medicamentos administrados façam o equilíbrio necessário para a recuperação do pulmão.” 

Embolia 

O cirurgião cardiovascular e professor da Unifesp, Diego Gaia, explica que nos casos de embolia uma “abertura” dos pulmões e bolhas de ar não diluídas circulam pelo corpo, causando problemas graves. De acordo com o médico, no cérebro, por exemplo, a embolia pode causar um AVC.

“O ar chega nos pulmões através da traqueia que por sua vez se ramifica em dois ramos (um para cada pulmão) chamados brônquios. Os brônquios se ramificam em bronquíolos (ramos menores). Todo o pulmão é circundado por vasos sanguíneos carregando sangue com e sem oxigênio para serem oxigenados”, explica Gaia.

O médico esclarece que quando ocorre uma fístula o ar passa a entrar diretamente no sangue, não diluído, sendo capaz de causar a embolia aérea. 

“Essa ‘entrada direta’ acontece por destruição de partes do pulmão pela doença. Essas ‘bolhas de ar’ não diluídos passam a circular pelo corpo causando problemas graves”, diz o médico.

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