Operação apreende bilhete na residência de advogado com nomes de ‘pessoas que falam demais’

Um advogado foi um dos cinco alvos de mandados de busca e apreensão, na Operação Embrionária, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) contra uma organização criminosa, nesta quinta-feira (24). Os outros alvos foram dois policiais militares, um policial penal e um traficante.

Na residência do advogado (que não teve a identidade revelada), no bairro Padre Andrade, em Fortaleza, foi apreendido um bilhete, que continha uma lista com nomes de “pessoas que falam demais”, segundo o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, o promotor de Justiça Adriano Saraiva.

O investigador afirma que o advogado dava apoio às ações criminosas da quadrilha (como extorsões), participava da divisão de lucros e defendia os integrantes do grupo, em processos criminais. A investigação será aprofundada, para descobrir quem eram as pessoas citadas na lista, se elas estão nos presídios ou nas ruas e por que as mesmas “falaram demais”.

Outro alvo da Operação, um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) tentou quebrar um aparelho celular, em sua residência, no Tabapuá, em Caucaia, ao perceber que seria alvo do cumprimento de um mandado judicial. Entretanto, o celular não foi totalmente danificado e será alvo das investigações.

Adriano Saraiva diferencia a Operação Embrionária da Operação Gênesis, que já teve oito fases deflagradas pelo Ministério Público, contra quadrilhas formadas também por policiais e traficantes.

Nesse caso (‘Embrionária’), houve uma inversão de atores. Era comum a gente ver os policiais auxiliarem os traficantes. Mas, nessa quadrilha, os policiais que eram os chefes. Realizamos a operação para evitar que esse grupo virasse uma milícia”.

Conforme as investigações, a organização criminosa dominava o tráfico de drogas em pelo menos duas regiões: no bairro Pirambu, em Fortaleza, e no Tabapuá, em Caucaia. Além de ser suspeito de extorsões, homicídios e roubos. Foi um caso de extorsão em 2021, denunciado anonimamente, que desencadeou o início das investigações. Os alvos da quadrilha eram, principalmente, traficantes menores.

A Operação Embrionária, que remete ao início de uma investigação, foi deflagrada pelo Gaeco e pela Coordenadoria de Inteligência (Coin), da SSPDS, com apoio da Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol), também da Secretaria, e da Assessoria de Inteligência (Asint), da Polícia Militar do Ceará. 

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