MP denuncia padre Robson e outras 17 pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou nesta segunda-feira (7) o padre Robson Oliveira e mais 17 pessoas por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro doado por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). O religioso sempre negou as irregularidades.

G1 pediu nota para as defesas do padre Robson Oliveira e para as Associações Filhos do Pai Eterno e aguarda retorno.

A denúncia resultou da Operação Vendilhões, que cumpriu mandados em agosto deste ano para apurar o desvio dos donativos. De acordo com a investigações, o dinheiro foi usado para comprar bens como fazendas e casa na praia. Porém deveria ser destinado para a construção da nova basílica, que ainda está em fase inicial de obras, em Trindade, na Região Metropolitana da capital.

Os promotores apuraram que o padre Robson transferia grandes valores para empresas de um grupo criminoso para utilizar o dinheiro das entidades como seu, sem prestar contas e se submeter às regras associativas.

A investigação aponta que padre Robson teria de apropriado indevidamente de mais R$ 7,9 milhões da Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro, por exemplo, entre 2015 e 2016, em favor de familiares. Consta na denúncia que Robson, em diversas oportunidades, deixou evidente que tratava como particular o patrimônio da Afipe e das outras duas associações criadas para receber dinheiro de fiéis.

“De posse de valores bilionários, o denunciado Robson se associou a diversas pessoas para desviar bens das Afipes, lesando a entidade e seus associados. Além dos desvios, a organização criminosa utilizou-se de mecanismos para ocultar e dissimular as origens ilícitas, se utilizando de ‘laranjas’ para o êxito do esquema”, diz trecho do documento.

A Justiça autorizou a retomada das investigações em relação à suspeita de desvio de dinheiro das Afipes, que teria sido cometida pelo então presidente da entidade, padre Robson de Oliveira.

Em outubro, a Justiça determinou que as investigações fossem interrompidas por entender que não estavam presentes os crimes apontados pelos promotores. Já na última sexta-feira (4), foi expedida a nova decisão, assinada pelo presidente do Tribunal de Justiça, Walter Carlos Lemes, que permite a retomada da apuração.

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