Morre, aos 82 anos, o ator Sérgio Mamberti

Morreu, nesta sexta-feira (3), em São Paulo, aos 82 anos, o ator Sérgio Mamberti.

Sérgio Duarte Mamberti nasceu em Santos, no litoral paulista. Ainda jovem, foi para São Paulo estudar. Passou, com destaque, na seleção para a Escola de Artes Dramáticas, na Universidade de São Paulo.

“Então, eu fui para São Paulo com o intuito de fazer Arquitetura e de fazer teatro, para depois chegar no cinema. Arquitetura eu não fiz. Teatro eu fiz bastante”, contou o ator em entrevista.

Bastante mesmo, inclusive na comparação com os outros trabalhos em uma carreira de 60 anos, de um ator muito versátil e produtivo. No cinema, foram 50 filmes de longa-metragem. Na TV, 30 novelas. No teatro, um total de 80 peças. O próprio Mamberti explicava: “Se eu sou um estradeiro, eu sou um estradeiro do teatro. É claro que eu fiz muita televisão, fiz bastante cinema. O teatro sempre tomou a minha vida”.

A estreia no palco foi aos 23 anos. Um jovem cheio de ideias, atitude e paixão pela arte. Herança dos pais, influentes agitadores culturais.

“Os meus pais gostavam muito de cinema e começaram a me levar ao cinema. Eu com 9 ou 10 anos, eu via uma média de 400 filmes por ano. Eu tenho uma noção clara porque eu anotava todos os filmes. Tinha um caderno onde eu ia anotando os filmes, fazia comentários sobre eles e tal”, relembrou.

Com tantas referências cinematográficas na cabeça desde a infância, o ator logo chegou à tela grande. E, depois, à televisão. E vieram as dezenas de novelas e minisséries – quase sempre com papéis que roubavam as cenas.

“Certamente, o personagem que me marcou profundamente na televisão… Quer dizer, são dois personagens: um é o Eugênio, o mordomo de “Vale Tudo”, e o outro é o Tio Vitor, do Castelo Rá-Tim-Bum”, opinou Sérgio em entrevista.

Sérgio Mamberti teve três filhos com Vivian Mahr, que morreu aos 37 anos, em 1980. Anos depois, conheceu Ednardo Torquato. O relacionamento durou quase quatro décadas, até a morte do companheiro. Eles adotaram uma filha.

“Eu gosto de ser pai. Ser pai, para mim, é uma realização, talvez a maior da minha vida”, afirmou.

Mamberti também se engajou na política. Participou de grupos de intelectuais, liderou projetos culturais e, na década de 1980, ao lado do irmão, Claudio Mamberti, ajudou a fundar o PT, o Partido dos Trabalhadores. Anos mais tarde, nos governos de Lula e Dilma Rouseff, Sérgio Mamberti ocupou vários cargos dentro do Ministério da Cultura.

O artista morreu em um hospital de São Paulo, onde estava internado desde o final de agosto, com uma infecção nos pulmões.

O público brasileiro e o meio artístico vão sentir muita saudade do talento e da figura marcante de Sergio Mamberti.

A atriz Fernanda Montenegro publicou uma foto com o amigo e escreveu: “Mamberti, querido, saudades. Grande abraço de sua prima que te ama”.

“Além desse ator excepcional que fez de tudo, que ajudou a construir a televisão, o teatro, o cinema, um ator exato, sutil, delicado, inteligente, generoso, ele era essa pessoa do encontro, essa pessoa do amor”, conta o ator Dan Stulbach.

“Serginho Mamberti faz parte da história do teatro brasileiro. Participante, ativamente. Ele lutou muito pela nossa classe e também pela política do Brasil”, destaca a atriz Elizabeth Savalla.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“O Serginho é exemplo de muitas coisas positivas e de como a arte é importante para a formação de um povo, para a cultura do país”, afirma o ator Cássio Scapin.

Deixe um comentário