Ministério Público recomenda que Iguatu suspenda decreto que liberava algumas atividades

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) recomendou nesta quarta-feira (12) a suspensão de parte do decreto municipal de Iguatu que permite a reabertura de templos religiosos, bares e restaurantes. A Promotoria de Justiça observou que o Município se encontra ainda na fase 1 de reabertura das atividades econômicas, que não prevê retorno daqueles segmentos.

A promotora de Justiça, Helga Barreto Tavares, apresentou duas recomendações. A primeira refere-se à suspensão das atividades religiosas com a presença de fieis nos templos. A segunda trata-se de bares e restaurantes.

De acordo com decisões do gestor municipal, as igrejas estavam autorizadas a funcionar com 30% da capacidade desde o último dia 27 de julho e os bares e restaurantes desde a última segunda-feira (10) entre 9h e 16h para serviço de almoço.“O decreto municipal que prevê abertura de templos religiosos, igrejas, bares e restaurantes está em desacordo com o decreto estadual que estabelece a macrorregião de Saúde do Cariri, onde está inserido Iguatu, na fase, que não prevê a reabertura dessas atividades, que por enquanto não é possível”, pontuou a promotora, Helga Barreto.

A promotora de Justiça ressaltou, entretanto, que a partir do próximo decreto estadual poderá ocorrer avanço da fase atual, mas é preciso esperar pela decisão do governo do Estado.

O MPCE concedeu prazo de 24 horas para o município de Iguatu se pronunciar. O procurador geral do Município, Daniel Gouveia, disse que aguarda a chegada do prefeito Ednaldo Lavor, para amanhã (quinta-feira), tomar uma decisão sobre a recomendação da Promotoria de Justiça.

Diocese

Com base no decreto municipal, bares, restaurantes e igrejas evangélicas estavam abertos e funcionando com limites de frequentadores. Se a gestão municipal acatar a decisão do MPCE, essas atividades terão que ser suspensas novamente.

Em reunião com padres, o bispo da diocese de Iguatu, dom Édson de Castro Homem, havia decidido reabrir as igrejas de Iguatu a partir do dia 1º de setembro. Após o decreto do MPCE, o bispo e o clero adiaram a decisão e vão manter as igrejas fechadas.

“Precisamos ter prudência nesse momento e esperar a decisão do governo do Estado”, justificou o padre João Batista Moreira.

O diretor da Associação dos Pastores e Obreiros Evangélicos de Iguatu, Rubenildo Cadeira, disse que a entidade vai esperar uma decisão do prefeito. “Vamos aguardar o que a gestão vai decidir, e apesar de respeitarmos a recomendação do Ministério Público, discordamos”, frisou. “Se o prefeito recuar, as igrejas voltarão a ser fechadas”.

Escrito por Honório Barbosa/DN

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