Mãe enfrenta câncer ao mesmo tempo que o filho no litoral de SP

Uma guarda civil readaptada como oficial de administração e o filho enfrentaram juntos o diagnóstico de câncer na mama e nas amígdalas, respectivamente, em Santos, no litoral de São Paulo. Ao g1, nesta segunda-feira (6), Ana de Aquino Pelais, de 54 anos, falou sobre a importância de realizar o tratamento com leveza e fé.

“Não é mais uma quimioterapia, é menos uma. Isso ajuda a levar tudo isso com leveza. Os momentos difíceis vão vir, mas a luta passa e você consegue vencer”, afirmou.

O filho dela, Raniery Aquino Menezes, de 20 anos, foi diagnosticado do câncer nas amígdalas após um transplante renal em abril de 2018. “Foi a coisa mais difícil que já passei na vida. (…) Lutou tanto para conseguir um transplante, tão novinho, tinha 16 anos e, de repente, ver que tudo ia dar certo, mas vir um câncer. Para mim, era sinônimo de morte”.

‘Aquela doença’

Ana afirmou que antigamente câncer era uma doença que não se ouvia falar o nome, pois as pessoas, inclusive ela, tinham medo de falar sobre. “De repente o seu filho está com ‘aquela doença’. Desespero bateu total”. Durante o tratamento do filho, ela deixou de cuidar da própria saúde para cuidar dele.

“Eu só chorava, não conseguia falar, era só choro, só lágrima. Fomos vendo que tinha cura, que ia ficar bem”. Ela frisou que 2018 foi um ano complicado. “Deixei de cuidar de mim, não fui em médico, sempre fui todo ano, sempre fui ao ginecologista”, disse.

Em 2019, Raniery finalizou as sessões de quimioterapia, o que motivou Ana a passar por uma consulta médica, momento em que os exames indicaram algo estranho e ela precisou fazer uma biopsia, que constatou a doença.

“Novamente o câncer. As lágrimas correram, mas fazer o quê? Não tinha tempo para parar porque ainda tinha que cuidar do meu filho. Não podia desmoronar, tinha que ter fé”, disse.

Ana passou por um procedimento cirúrgico e sessões de radioterapia. Agora, com o filho curado, ela segue fazendo tratamento oral para a doença, e a expectativa é que esteja curada até outubro do ano que vem. “Ainda falta um ano, não foi fácil, mas graças a Deus aprendi muito”.

Ela contou que enfrentar a doença renal e o câncer motivou o filho a ingressar à área da saúde. Já formado como técnico em enfermagem, agora ele está na graduação para tornar-se enfermeiro.

“Tenham fé, não se deixem levar. A doença vem, mas enfrentar e passar por tudo isso vai ensinar outras coisas. Te ensina que a vida é bonita, muita coisa material você não precisa, é o de menos, mas levantar, ter saúde, olhar para os filhos, acordar de manhã é tudo”, disse.

Ela afirmou, ainda, que as mulheres não devem deixar de realizar os exames por causa do medo do resultado. “Se eu não tivesse feito, não sei se estaria bem agora”, finaliza.

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