A Justiça Federal aceitou denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra os ex-senadores Romero Jucá e Valdir Raupp por corrupção e lavagem de dinheiro. Os crimes ocorreram enquanto os políticos eram senadores pelo então PMDB e envolveu contratos da Transpetro.
A investigação teve origem no Supremo Tribunal Federal, já que os investigados, na época, tinham direito a foro privilegiado. Depois que eles deixaram o Senado Federal, o inquérito foi encaminhado à Justiça Federal, em Curitiba, que recebeu os autos em dezembro de 2019. De acordo com a denúncia, entre 2008 e 2012, as empresas NM Engenharia e Odebrecht Ambiental pagaram propina a integrantes do PMDB, hoje MDB, e ao então presidente da Transpetro, Sérgio Machado. A Transpetro é uma subsidiária da Petrobras.
O valor total da propina chegou a R$ 2,3 milhões. Em contrapartida, Sérgio Machado teria favorecido as duas empresas em licitações da Transpetro. Segundo os procuradores, o dinheiro foi pago por meio de doações eleitorais oficiais a integrantes do MBD e a diretórios do partido.
Os ex-senadores Romero Jucá e Valdir Raupp viraram réus, acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, eles também davam apoio político para que Sérgio Machado continuasse no cargo de presidente da Transpetro, que ocupou entre 2003 e 2015.
Entre as provas que baseiam a denúncia, estão depoimentos de colaboradores, comprovantes de depósitos relativos às doações e relatórios de visitas à Transpetro. É a primeira vez que o ex-senador Valdir Raupp vira réu na Justiça Federal do Paraná, e o segundo processo contra Romero Jucá. Sérgio Machado, um executivo e dois empresários ligados às empreiteiras também viraram réus neste processo. Os quatro são delatores.
A defesa do ex-senador Valdir Raupp nega as acusações e diz que vai provar a inocência dele durante a instrução do processo.
A defesa do ex-senador Romero Jucá afirmou que, tecnicamente, não existe motivo para a denúncia, e que é a palavra de um delator desmoralizado.
O MDB não se manifestou.
A Odebrecht declarou que está comprometida com atuação ética, íntegra e transparente, e que tem colaborado de forma permanente e eficaz com a justiça para esclarecer fatos que comprovadamente ocorreram no passado.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com a NM Engenharia.
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