Hacker preso tinha a intenção de vender conversas de Moro ao PT, diz advogado de suspeito

Walter Delgatti Neto, um dos suspeitos de hackear o celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tinha a intenção de vender as mensagens vazadas para o Partido do Trabalhadores.

A informação foi repassada à imprensa pelo advogado Ariovaldo Moreira, que defende o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila Oliveira, também presos, suspeitos de envolvimento no caso.

De acordo com o advogado, a afirmação faz parte do depoimento do DJ Gustavo à Polícia Federal.

Ariovaldo Moreira afirmou que o cliente dele “sabe” que Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, “tem uma certa afinidade com o Partido dos Trabalhadores.”

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, ele é filiado ao Democratas desde 2007.

Em nota, o PT disse que o ministro Sergio Moro comanda “um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o partido.”

A sigla disse que “é criminosa a tentativa de envolver a legenda em um caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM.”

Segundo o advogado de Luiz Gustavo Delgado, Walter tem “problemas psiquiátricos” e “está atordoado.”

Dinheiro movimentado

O Relatório de Informação Financeira, da Polícia Federal, aponta que o casal Gustavo e Suelen movimentou R$ 627 mil em dois períodos: de abril a junho de 2018 e de março a maio de 2019.

De acordo com a investigação, a movimentação é incompatível com a renda mensal deles, que é de pouco mais de R$ 5 mil por mês.

Na terça-feira (23), a polícia apreendeu R$ 100 mil em dinheiro na casa de Gustavo. Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, a origem dos valores é lícita.

Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila Oliveira e o quarto preso na Operação, Danilo Cristiano Marques, tiveram bens e valores bloqueados e os sigilos quebrados.

Na decisão que ordenou as prisões e as buscas e apreensões, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília, classificou o grupo como uma “organização criminosa.”

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