Ginecologista suspeito de crimes sexuais tirava fotos das partes íntimas de pacientes, diz delegada

O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, investigado por crimes sexuais contra pacientes durante consultas em Anápolis, a 55 km de Goiânia, tirava fotos das partes íntimas das mulheres, de acordo com a Polícia Civil. Ele chegou a ser preso, mas foi solto após decisão da Justiça. Mensagens atribuídas ao médico mostram insinuações sexuais às pacientes.

“Nós temos relatos de várias vítimas de que ele tirou fotos dos órgãos genitais dessas vítimas. E ele falava que era para mostrar para elas. As vítimas pediam para que ele apagasse, ele falava que ia apagar, mas as vítimas não têm informação se realmente foram apagadas essas imagens”, contou a delegada Isabella Joy.

g1 pediu um posicionamento ao Conselho Regional de Medicina (Cremego) às 20h30 de segunda-feira (4) sobre a conduta do ginecologista de fotografar as pacientes e aguarda um retorno. A entidade apura o caso e enviou um ofício à Polícia Civil pedindo uma cópia do inquérito que investiga o profissional.

A defesa do médico diz que ele não cometeu nenhum abuso e que o ginecologista agiu dentro dos procedimentos da medicina.

Investigação

Nicodemos Júnior foi preso no dia 29 de setembro, após denúncia de três pacientes. Desde então, dezenas de mulheres procuraram a delegacia para denunciar que também foram vítimas. Ele passou por audiência de custódia no dia 1º de outubro e a Justiça determinou que ele continuasse no presídio. Porém, no dia 4 de outubro, ele foi solto.

Para responder ao processo em liberdade, foi determinado que ele use tornozeleira, não entre em contato com as vítimas e não faça atendimentos médicos.

Mensagens

A delegada responsável pelo caso disse que os assédios do médico às pacientes aconteciam nas consultas e também pelas redes sociais. Em uma das mensagens, o ginecologista teria pedido a uma paciente que fosse bronzeada para uma consulta de retorno.

A paciente tinha feito uma cirurgia com ele para retirada de um dispositivo intrauterino (DIU) que infeccionou. A delegada explicou que ele puxou conversa com a paciente para saber se ela estava bem.

Leia o diálogo abaixo:

Médico: “Melhorou?”
Paciente: “Quase 100%. Fiz o que você falou e agora está cicatrizando. Já tomei a injeção também e o manipulado chegou hoje de manhã.”
Médico: “Ótimo. Depois, só fazer o bronzeamento e me mostrar, kkkk”

Em uma outra conversa, o médico faz uma insinuação a outra mulher. Ele envia uma foto com as frases: “Bora fortalecer a amizade, gata? Transar com amigas fortalece a amizade”.

Uma outra paciente relatou à polícia que enviou mensagens tirando dúvidas sobre um método contraceptivo e se o parceiro poderia sentir durante a relação sexual.

“Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk. Brincadeira”, disse na mensagem enviada pelo aplicativo.

Relatos

Entre as denúncias está a da Kethlen Carneiro, de 20 anos, que procurou a corporação para relatar que foi abusada por ele quando ainda tinha 12 anos.

“Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandando os links e quais eu podia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte íntima dele”, contou.

Outra paciente relata que foi abusada pelo ginecologista durante o atendimento. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do médico.

“Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão da parte íntima dele, sabe?”, disse a paciente, que não quis se identificar.

Outra mulher também teve coragem de falar sobre o crime somente com a prisão do suspeito. Ela disse que, durante uma consulta no ano passado, o médico elogiou seus olhos e também o órgão sexual. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.

“Eu fiquei congelada, e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vá acontecer”, contou.

Outra paciente relata que foi abusada pelo ginecologista durante o atendimento. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do médico.

“Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão da parte íntima dele, sabe?”, disse a paciente, que não quis se identificar.

Outra mulher também teve coragem de falar sobre o crime somente com a prisão do suspeito. Ela disse que, durante uma consulta no ano passado, o médico elogiou seus olhos e também o órgão sexual. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.

“Eu fiquei congelada, e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vá acontecer”, contou.

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