Foragidos da Justiça do Ceará são mortos em operação policial no Rio de Janeiro

Dois foragidos do Ceará com extensas fichas criminais foram mortos durante troca de tiros com policiais civis, nesta terça-feira (6), no Complexo do Salgueiro, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil do Estado do Ceará, os dois suspeitos foram mortos durante uma operação policial.

Os policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINT) realizaram a operação policial no Complexo do Salgueiro, com o objetivo de localizar os alvos que exerciam função de chefia do tráfico de drogas naquela região.

Durante a investigação, que contou com a utilização de veículos blindados e aeronaves da Core, os policiais civis foram recebidos a tiros por suspeitos, que se esconderam em casas do Conjunto da Marinha e na região de mata e de mangue que cerca o local. Houve troca de tiros, e três alvos acabaram mortos no confronto.

A polícia afirmou que eles foram identificados como José Erasmo de Sousa Filho de 31 anos, o “Bigode”, que era investigado por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa, e Carlos Menezes Bezerra de 40 anos, o “Carlinhos”, que respondia por homicídios, roubo, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, furto e associação criminosa. Ambos eram alvos de investigações no Ceará.

Ainda segundo a polícia, além dos dois foragidos do Ceará, um outro homem veio a óbito durante a troca e tiros. Trata-se de Dalton Luiz Vieira Santana, o “DT”, carioca envolvido com o narcotráfico e investigado pela morte e esquartejamento de Bianca Lourenço Silva, 24 anos, ex-namorada do suspeito.

Durante a operação policial, foram apreendidos dois fuzis, pistolas, diversos carregadores e centenas de munições, tabletes de drogas e, ainda, vários trajes camuflados conhecidos como roupas “Ghillie”, utilizados pelos narcotraficantes para se esconderem em regiões de mata.

As investigações desenvolvidas pela PCCE que levaram à localização dos alvos foram realizadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e pelos Departamentos de Inteligência Policial (DIP) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Atuação no Vicente Pinzón

No Ceará, os homens eram investigados desde 2019 pela prática de diversos crimes. Nesta época, de acordo com a polícia, Erasmo atuava em um grupo criminoso local, mas passou a integrar o grupo criminoso oriundo do Rio de Janeiro. A atuação do homem era baseada no Bairro Vicente Pinzón. Na região, diversos homicídios motivados pela disputa de território para o tráfico de drogas são atribuídos a ele. Na posição de destaque alcançado dentro do grupo criminoso, Erasmo foi convidado a se juntar à “Tropa do Lampião”, denominação do grupo formado por criminosos cearenses que atuavam no tráfico de drogas no Rio de Janeiro.

Também é de autoria de Erasmo a gravação de um vídeo que circulou em redes sociais e por aplicativo de mensagens instantâneas, onde é exibida uma grande quantidade de armas. Na gravação, o homem exalta o grupo criminoso e faz ameaças. O vídeo que circulou no Ceará foi gravado quando o suspeito já estava no Complexo do Salgueiro.

‘Operação Guilhotina’

As investigações contra o grupo criminoso o qual Erasmo e “Carlinhos” integravam deu origem à “Operação Guilhotina”, que resultou na apreensão de mais de 1,7 tonelada de drogas no estado do Pará e prendeu os chefes de um coletivo criminoso com atuação no Ceará no último mês de fevereiro. Com as prisões no estado do Norte, Erasmo era considerado a chefia do grupo que se encontrava em liberdade.

A dupla, em conjunto com outros criminosos cearenses, tentaram se estabelecer no Rio de Janeiro, estado berço do coletivo criminoso a qual pertenciam. Eles se juntaram a aliados para disputarem o domínio do tráfico de drogas no Complexo das Almas, uma comunidade localizada no município de São Gonçalo, na Região Metropolitana.

Lá, o grupo ganhou notoriedade e passou a ser conhecido como “Tropa do Lampião” ou “Bonde do Fantasma”, fazendo referência aos homens que eram considerados os chefes do núcleo criminoso. Com as investigações cada vez mais próximas dos alvos, parte do grupo, entre eles os chefes, viajou para o Pará em busca de um “território neutro”, como apontam as investigações da Polícia Civil cearense. Porém, os homens foram capturados em ações da “Operação Guilhotina”, deflagrada no último mês de fevereiro.

Denúncias

Para combater a atuação de grupos criminosos no Estado, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) conta com a participação da população para repassar informações que auxiliem os trabalhos investigativos. Por isso, a unidade especializada da Polícia Civil do Ceará mantém um número de WhatsApp para receber denúncias de ações criminosas em todo o Estado. A população pode enviar mensagens de texto, áudios, fotos e vídeos para o número (85) 98969-0182.

As denúncias também podem ser feitas, por meio de ligação gratuita, para o 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

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