Família denuncia suposta negligência médica após morte de criança de sete meses

Os pais de uma criança de sete meses, moradores da Praia do Préa, em Cruz, litoral do Ceará, reclamam de suposta negligência médica após a morte da menina. Ela faleceu no último dia 12, após ser levada a uma unidade do Programa Saúde da Família (PSF) do município e depois transferida para um hospital de Acaraú. A família prestou boletim de ocorrência e informou que pretende entrar formalmente com um processo judicial.

O secretário de Saúde de Cruz, Evaldo Eufrásio Vasconcelos, comentou o caso. “No momento, estamos a procura dos fatos e levantando as informações descritas em prontuário para encaminhar à comissão de investigação de óbito”, explicou o representante municipal.

Já a Polícia Civil informou que apura uma denúncia de negligência médica, que teria acontecido no último dia 12 de setembro, no município de Cruz. Conforme informações preliminares, uma bebê de sete meses foi a óbito dentro de uma ambulância enquanto era deslocada para atendimento em uma unidade hospitalar em Acaraú.

No último dia 10 de setembro, a criança apresentava sintomas gripais, o que levou os pais a buscarem atendimento médico para a criança. “A minha esposa levou a criança no [Programa Saúde da Família] PSF. Nesse dia, quem atendeu ela foi um médico, porque lá são dois que atendem. Ele examinou a criança e viu que tinha a necessidade de ser batido um raio-X”, explicou Francisco José da Silva, 32 anos, que trabalha como piscineiro.

Após a consulta, o exame foi marcado para a segunda-feira seguinte ao atendimento médico. “Na segunda, a minha esposa foi ao PSF porque a minha filha estava mais gripada. Aí a doutora examinou, entre 9h e 10h, e disse que a menina não tinha necessidade de fazer o raio X; aí encaminhou para casa”, complementou o pai da criança.

Ele disse que, quando chegou à unidade, para buscar a filha e a mulher, ainda insistiu com a diretora do PSF. “Ela disse que aguardasse para quando tivesse algum carro, alguma viagem disponível para aproveitar e levar a criança [para o Hospital de Cruz]”.

“Como a doutora falou que estava tudo bem, que não tinha problema no pulmão dela, a minha esposa acreditou”, declarou Francisco.

O caso está a cargo da Delegacia Municipal de Cruz, unidade policial que trabalha para elucidar a ocorrência, segundo a SSPDS.

O piscineiro disse que, ainda na segunda, em casa, por volta de meio-dia, a criança apresentou piora no quadro de saúde. Com isto, uma ambulância foi solicitada para a menina.

“Colocaram minha filha no oxigênio aqui, tentaram estabilizar, mas não tiveram sucesso. Aí transferiram para Cruz, mas já muito mal. Quando chegou lá, os médicos examinaram e falaram ‘essa criança está com pneumonia'”, lamentou Francisco.

Ele disse que havia poucas condições para transferir a filha de Cruz para Acaraú, mas foi solicitada uma ambulância do Samu, que possui mais equipamentos para o atendimento.

“A ambulância veio e levou minha filha, tentando salvar a vida dela, mas não conseguiram mais porque já não tinha o que fazer”, lamentou o pai.

“Se ela tivesse encaminhado a criança de manhã, como o outro médico pediu o raio-X, tinha constado que ela estava com alguma coisa. Então, lá, ela já teria sido encaminhada para um hospital que tinha pediatra, um atendimento melhor”, complementou.

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