Envolvidos em onda de ataques criminosos no Ceará fazem delação

As equipes de segurança do Ceará seguem investigando a onda de ataques criminosos ocorrida entre 20 e 30 de setembro. Após a captura de mais de 260 pessoas envolvidas nas ações, entre adultos e adolescentes, analistas de Inteligência policial avaliam agora o conteúdo de delações feitas por criminosos presos, segundo o titular da Secretaria da Segurança Pública, André Costa.

Em entrevista ao G1, o secretário preferiu não detalhar quantas delações foram realizadas, mas contabiliza “um grande número”. Ele ressalta que muitas narrativas são acompanhadas pela entrega de equipamentos ou documentos “que trazem mais elementos de prova”. Para André Costa, as denúncias dos próprios criminosos mostram uma mudança de comportamento diante da reação do estado.

“A investigação criminal tem sido feita com muita qualidade e alcançado inclusive os cabeças desses grupos. Na hora que o cara da base vê que o cabeça tá sendo preso e isolado, que não tem notícias ou contato com o cabeça no presídio, ele começa a perceber que, o se o grupo criminoso não conseguiu proteger nem quem está lá em cima, como é que vai proteger quem está lá embaixo?”, descreve.

Reação policial

Durante 11 dias, foram registrados pelo menos 115 ataques em 28 cidades do Ceará, atribuídos a uma única organização criminosa. Os ataques mais comuns eram incêndio a prédios públicos e ônibus de transporte coletivo.

Como resposta, mais de 500 movimentações de detentos foram realizadas no sistema carcerário cearense.

A Justiça Estadual também aceitou pedido do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) para a transferência de 12 detentos apontados como mandantes dos ataques a presídios federais. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) deve indicar onde serão abertas as vagas

Segundo André Costa, novas prisões podem ser realizadas a partir das delações. “Estamos analisando muito material que foi aprendido, muito conteúdo de delações que foram feitas por criminosos presos nesse período. Tudo isso tá servindo para produção de conhecimento e para basear e fundamentar representações policiais, junto ao Judiciário, para decisão por novos mandados de prisão e de busca e apreensão”, detalha.

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