Dois homens são presos suspeitos de fraudarem operação Carro-Pipa, em Salitre

Duas pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (6), em uma operação organizada pela Polícia Federal, por fraude no programa Operação Carro-Pipa, no município de Salitre, no Ceará. Por volta de 8h, dois caminhões do programa de abastecimento de água foram parados na rodovia CE-187, portando rastreadores de outros caminhões.

A fraude já é conhecida, como aponta o delegado da Polícia Federal de Juazeiro do Norte, Ricardo Matias, que recebeu o caso. Ela consiste em utilizar mais de um GPS por veículo com a intenção de economizar combustível. Os pipeiros, como são chamados os motoristas que dirigem estes caminhões, levavam vários aparelhos de GPS em cada viagem, ludibriando o sistema de monitoramento, uma vez que o pagamento se dá pela quilometragem rodada.

Na operação que ocorreu nesta manhã, foi detectado que dois carros-pipa portavam mais de um rastreador. Um dos caminhões estava com oito equipamentos que medem a quilometragem, quando apenas um era regular. O outro tinha dois equipamentos. A Delegacia de Juazeiro do Norte, responsável pelo caso, suspeita, devido ao número de rastreadores apreendidos, que pelo menos 10 pessoas estejam envolvidas na fraude.

Segundo o delegado do caso, Ricardo Matias, foi a própria população que denunciou o caso à polícia, reclamando da qualidade da água que estava sendo distribuída. “A polícia montou uma barreira porque já conhece como é a fraude e apreendeu dois suspeitos”, explicou.

“Os homens foram presos em flagrante, mas provavelmente serão liberados por não terem antecedentes criminais. Eles devem responder por estelionato e formação de quadrilha. Os autos do processo serão encaminhados para o Exército Brasileiro, órgão que fiscaliza o programa. Eles é que podem mensurar o valor do prejuízo e há quanto tempo acontece essa fraude.

Risco à população

A fraude consiste em não realizar o deslocamento para buscar água em um manancial credenciado pelo Exército Brasileiro. Um caminhão pipa acaba por levar vários rastreadores e depois passa o cartão como se tivesse pego água naquele manancial cadastrado.

“Talvez a gravidade seja maior por ser uma água oferecida para a população, por estarem tirando água de mananciais não credenciados e não fiscalizados, ou seja, essa água não tem qualidade, talvez esteja contaminada e estava indo para pessoas carentes que não tem condição de tratar a água”, pontua o delegado da Polícia Federal de Juazeiro do Norte, Ricardo Matias.

Por G1 CE

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