Delegado “prende caça-níquéis” dentro de xadrez com medo de furto de peças

Mais de 60 máquinas caça-níqueis apreendidas pela Polícia Civil do Ceará em operações de combate aos jogos de azar estão à espera de autorização da Justiça para destruição. Somente no 34º Distrito Policial, no Bairro Centro, em Fortaleza, 41 máquinas estão “guardadas” no xadrez. A medida, tomada pelo delegado Fernando Cavalcante, seria para evitar eventuais retiradas de peças, além de não ocupar outros espaços em comum dentro da unidade.

“As máquinas são muito caras, e a placa-mãe é como o coração delas”, diz o delegado. “Coloquei atrás das grades porque aguardamos a Justiça autorizar a destruição, até lá precisa estar bem seguro. Se apreender e não destruir, corre o risco de retornar às ruas”, afirma o delegado.

“Estamos sempre fazendo o combate aos jogos de azar, mas sabemos que a legislação frágil faz com que os serviços clandestinos continuem mesmo após o trabalho da polícia. A pena, de três meses a um ano, é muito fraca. Em geral, as pessoas autuadas fazem o Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e vão embora”, lamenta o delegado Fernando Cavalcante. No último dia 7 de agosto, 13 máquinas de azar foram apreendidas no Bairro Carlito Pamplona, periferia de Fortaleza.

A sensação de impunidade ficaria, sobretudo, em autuações envolvendo bingos. Os contraventores utilizam-se de laranjas para a locação de estabelecimentos para a atividade. Nas autuações, encerrado o TCO, as pessoas seguem livres com a possibilidade de continuar. “No caso dos bingos, se há reincidência, significa que o prejuízo deles é o tempo de reabrir em outro lugar. Mas no caso das máquinas de caça-níqueis, a retirada desses equipamentos é uma forma de prejuízo que conseguimos dar a quem exerce a atividade”.

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