Chuvas de granizo: saiba o que explicam as ocorrências no CE e quais locais são mais propícios

Pedras de gelo caindo do céu e solo coberto por uma fina camada branca em pleno Sertão nordestino. Eventos como estes já foram registrados no Ceará, estado fincado no Semiárido nordestino, cuja principal e mais marcante característica é a aridez. Mas, o que explica este fenômeno mais comumente observado em estados do Sul e Sudeste?

Para entender a ocorrência desses eventos, é preciso primeiro compreender sua origem. Chuva de granizo advém de nuvens do tipo ‘Cumulonimbus’, cuja peculiaridade se caracteriza por sua grande extensão vertical podendo chegar até a 12 km e temperaturas de 60 graus Celsius negativos.

Para que esta nuvem se forme e cause as chuvas de granizo, contudo, alguns fenômenos climáticos precisam atuar de forma conjunta, como forte circulação de ventos, umidade do ar e também o calor, convergem para a ocorrência desses eventos. 

“Em nuvens Cumulonimbus, os movimentos verticais, para cima e para baixo, são muito fortes e a formação de granizo é relativamente comum dentro dessas nuvens, e dependendo do tamanho, elas conseguem atingir o solo, ainda na forma de gelo. A proximidade de regiões montanhosas pode contribuir para que essas nuvens atinjam esse grande desenvolvimento”, detalha Meiry. 

ÁREAS DE OCORRÊNCIA

A ocorrência das chuvas de granizo tem sido observada em municípios do interior, onde há regiões montanhosas e clima que favorece este fenômeno.

Segundo Sakamoto, “as nuvens Cumulonimbus que são as responsáveis por esses eventos de granizo, também ocorrem na faixa litorânea, porém, na maioria das vezes, provocam aqui na região metropolitana, raios, trovões e precipitação intensa, mas, na forma de gotas líquidas”.

Deste modo, desde que a Funceme foi criada, em 1972, nenhuma chuva de granizo foi registrada em Fortaleza. Por não existir monitoramento específico sobre este tipo de fenômeno, o órgão não possui dados de quais cidades registraram, ao longo dos últimos 50 anos, os maiores eventos. 

Porém, alguns episódios se destacaram neste período, sobretudo no passado recente. Em 20 de dezembro de 2017, um evento em Parambu, causou apreensão em parte da população.

Há registro de que o solo ficou coberto de pequenas pedras de gelo. “Parecia até neve”, pontuou Meiry. Em 2022, Campos Sales, no Sul do Estado, também registrou uma considerável chuva de granizo em 22 de janeiro. O evento mais comum foi o do último sábado, dia 8 de outubro, em Iguatu.

EVENTOS PODEM CONTINUAR?

A gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto não afirmou categoricamente se tais eventos podem se repetir nos próximos dias, bem como disse não ser preciso antever as localidades mais propensas nem a duração da chuva.

Mas, segundo a especialista, o órgão tem prosseguido com os mapeamentos diários e, caso ocorra a previsão de novos eventos desta natureza, eles serão amplamente divulgados. “As ocorrências de granizo, como no caso de Iguatu e de outros eventos já observados no Estado, são eventos muito localizados no espaço e são também de curta duração”, conclui a meteorologista.

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