A cearense Izabel Loiola, que lutava contra a leucemia, morreu nesta segunda-feira (25) quase seis meses depois de ter realizado o sonho de rever o mar de Fortaleza quando ainda fazia tratamento paliativo contra a doença. O sepultamento ocorreu nesta terça-feira (26).
No dia 8 de fevereiro deste ano, Izabel esteve na Praia de Iracema e concretizou o desejo de colocar os pés na areia e sentir o toque das ondas
De acordo com o sobrinho, o dentista Júnior Loiola, de 30 anos, nos últimos dias, Izabel, de 48 anos, teve um agravo da doença e recebeu acompanhamento médico para deixar o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (CH-UFC), onde se queixava de desconforto respiratório e febre.
“No começo de julho ela começou a piorar em relação aos sintomas. Domingo passado ela se internou com um quadro de falta de ar e febre e, após exames, os médicos constaram que ela estava com problemas nos rins e fígado devido ao agravamento da doença. Ela decidiu ainda no hospital por ir pra casa ficar com a família e não fazer nenhuma medida de prolongamento da vida, como intubação, UTI ou ressuscitação”, explicou.
O sobrinho contou ainda que foi buscar a tia em Fortaleza e a levou para Tauá, cidade do interior do Ceará onde mora a família. Durante esse período ela recebeu a visita de muitos amigos e familiares, e os momentos sempre foram marcados por muita emoção.
“Quando chegava alguém para visitá-la e alguém chorava, ela dizia que não precisava chorar, pois estava tudo bem, que o corpo dela estava doente, mas a alma estava curada”, disse.
Viu o mar pela última vez
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Júnior revelou que a tia manifestou outra vez o desejo de ver o mar de Fortaleza antes de seguir para a casa dos familiares no interior do Ceará. O pedido foi prontamente atendido ainda que de forma parcial.
“Quando fui buscá-la no hospital, ela disse que queria ir à praia de novo, mas ela não conseguiu descer do carro, então ficamos ali mesmo na Av. Beira Mar por cerca de uma hora com ela olhando o mar”, revelou.
Para os familiares, o que mais chamava atenção era a ligação dela com o mar. Uma paixão que ela não deixou de viver mesmo nos últimos dias de vida.
“Ela sempre teve essa relação com o mar, com a praia, que não sei explicar. Em abril estávamos em Fortaleza, eu, minhas irmãs e sobrinhos e levamos ela na praia outra vez. Ela queria mostrar para as pessoas que disseram que ela ia para praia em fevereiro pela última vez que não era a última vez. Vimos o pôr do sol, fui muito bom para ela aquele momento”, disse.
Júnior disse ainda que Izabel deixa um legado de mulher forte e corajosa, e mesmo em momentos de fragilidade tornou-se um exemplo para a família.
“Ela deixa o legado de ter sido mulher cheia de vida, dona de um sorriso contagiante e que alegrava qualquer um que tivesse o privilégio de conviver com ela. Uma mulher forte e corajosa”, finalizou.
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