Assessor de Ministério é alvo de mandado de busca no Ceará em inquérito que investiga Sérgio Reis e deputado

Assessor do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), o blogueiro cearense Wellington Macedo de Souza foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (20). A ação investiga, além dele, o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) por incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.

De acordo com o Diário Oficial da União, Wellington Macedo foi nomeado em 8 de fevereiro de 2019 para o cargo de assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do MMFDH. O Portal da Transparência do Governo Federal aponta que ele continua na função e recebe salário de R$ 10.373,30.

O assessor se manifestou por meio de suas redes sociais e disse que é um “militante da verdade da notícia” e que noticia fatos e acompanha os bastidores da movimentação política no Brasil. O mandado de busca e apreensão, conforme ele, foi cumprido em sua residência, na cidade de Sobral, no interior do Ceará.

Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da subprocuradora Lindora Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a decisão, o blogueiro cearense está envolvido na incitação de ato violento e antidemocrático.

Agentes da Polícia Federal (PF) foram a 29 endereços no Distrito Federal (1), além dos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1).

Os alvos são:

  • Sérgio Bavini (o cantor Sérgio Reis, no nome artístico);
  • Otoni Moura de Paulo Júnior, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ);
  • Alexandre Urbano Raitz Petersen;
  • Antônio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil);
  • Bruno Henrique Semczeszm;
  • Eduardo Oliveira Araújo, cantor;
  • Juliano da Silva Martins;
  • Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé́ Trovão;
  • Turíbio Torres;
  • Wellington Macedo de Souza.

Após o vazamento de um áudio em que Sérgio Reis defende a paralisação de caminhoneiros para pressionar o Senado a afastar ministros do STF, subprocuradores-gerais pediram à Procuradoria da República, no Distrito Federal, a abertura de investigação a respeito do caso.

Wellington Macedo também compartilhou, em redes sociais, o vídeo do cantor Sérgio Reis.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, o artista disse se arrepender de ter mandado o áudio para um amigo.

Segundo a decisão, “Sérgio Reis também aparece em vídeo divulgado por Wellington Macedo […], cujo perfil no Instagram também convida cidadãos para o ato violento e antidemocrático”, escreveu o ministro do STF Moraes. De acordo com a PGR, a ação de paralisação citada foi “amplamente divulgada por Wellington Macedo”.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que a operação tinha como objetivo “apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

Moraes determinou que todos os investigados, à exceção de Otoni, não podem se aproximar da Praça dos Três Poderes.

Contra o blogueiro o ministro também determinou que fosse aberto um inquérito solicitado pela PGR e expediu ofícios às redes sociais Instagram, Twitter, YouTube e Facebook para que os perfis sob titularidade de Wellington e dos demais investigados sejam bloqueados.

Deixe um comentário