Agricultores relatam impacto na produção devido aos volumes de chuva abaixo da média em 2021

O ano de 2021 começou com poucas chuvas em todo o Estado. Diferente de 2020 e 2019, quando em fevereiro os agricultores já começavam as primeiras colheitas na roça, neste ano ainda não houve produção. Antônio de Sousa Neto é um dos que sentem na pele os impactos dos baixos volumes pluviométricos.

Ele foi um dos poucos do Sítio Roçado de Dentro, em Várzea Alegre que, mesmo diante das poucas chuvas, resolveu preparar a terra e plantar. “Mais da metade nem arriscou, não quiseram plantar”, completou Antonio.

O relato do agricultor não é isolado. Na zona rural de Iguatu, também há relatos de prejuízos na plantação. O agricultor José Gonçalves Reis, popularmente conhecido como Zezito, plantou milho em três tarefas. “Não deu nada”, expõe.

“E olhe que minha situação ainda está melhor que a de outros colegas, pois eu conseguir cavar dois cacimbões. Quem não tem nem isso já está sofrendo, a chuva está muito pouca”, acrescenta. 

Os números comprovam a fala do agricultor Zezito. A pré-estação (dezembro/janeiro) chegou ao fim com chuvas 54,2% abaixo da média normal, que é de 130,3 milímetros. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Nestes dois meses, todas as macrorregiões apresentaram precipitações abaixo da normal.“Se considerarmos somente o mês de janeiro deste ano, as precipitações ficaram 48% abaixo da normal. Se a gente lembrar do mesmo período do ano passado, as chuvas ficaram acima da normal, 43%, ou seja, totalmente diferente. Em 2019, os dados foram 10% acima da média, por exemplo”, detalhou a gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.

Os anseios e angustias de José e Antonio, assim como de tantos outros agricultores, devem ser prolongados nos próximos dias. Isso porque a Funceme não aponta chuvas volumosas no Estado nos próximos dias. A explicação está no principal sistema indutor de chuvas neste período do ano, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)

“Encontra-se afastada da costa norte do Nordeste. Neste momento, as águas do Atlântico Tropical Norte seguem mais aquecidas em relação às do Sul, o que não favorece a movimentação da Zona”, detalho o órgão.

Por Diário do Nordeste

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