5G chega ao Ceará, veja os celulares que aceitam a tecnologia

O 5G começa a ficar ativado na próxima segunda-feira (5) em Fortaleza. Na capital, será possível ter acesso à versão “pura” da tecnologia, chamada “standalone” (SA), que oferece mais velocidade e um baixíssimo tempo de resposta — é o fim do “delay”. É ela que promoverá, no futuro, uma revolução na indústria, nos carros autônomos, nos ambientes de realidade virtual, na telemedicina, entre outras áreas.

Também está disponível nessas cidades a conexão 5G “non-standalone” (NSA), que também oferece alta velocidade, mas não tem um tempo de resposta (latência) tão baixo. Ela atende a quem espera uma navegação bem mais rápida que o 4G e vai predominar no Brasil e no mundo por um bom tempo.

Tempo, aliás, também vai levar para que o 5G chegue a todo o Brasil: a previsão é dezembro de 2029.

Celulares que vão aceitar o 5G no país

iPhone

  • iPhone SE (3ª geração)
  • iPhone 13
  • iPhone 13 mini
  • iPhone 13 Pro
  • iPhone 13 Pro Max
  • iPhone 12
  • iPhone 12 mini
  • iPhone 12 Pro
  • iPhone 12 Pro Max

Galaxy

  • Galaxy S22, S22 Plus e S22 Ultra
  • Galaxy S21, S21 Plus e S21 Ultra
  • Galaxy S21 FE 5G
  • Galaxy S20 FE 5G
  • Galaxy A22 5G, A32 5G, A52 5G e A52s 5G
  • Galaxy A13 5G, A33 5G, A53 5G e A73 5G
  • Galaxy M23, M33 e M53 5G
  • Galaxy M52 5G
  • Galaxy Z Fold 3 e Z Flip 3
  • Galaxy Z Fold 2
  • Galaxy Note 20 5G e Note 20 Ultra

Moto G

  • Moto G 5G e Moto G 5G Plus
  • Moto G50 5G
  • Moto G71 5G
  • Moto G82 5G
  • Moto G100
  • Moto G200 5G
  • Motorola Edge
  • Motorola Edge 20, 20 Lite e 20 Pro
  • Motorola Edge 30 e 30 Pro
  • Moto G62 5G

Outras marcas

  • Mi 11 Lite 5G
  • Xiaomi 12
  • Xiaomi 12 Lite (ainda não lançado oficialmente)
  • POCO M3 Pro 5G
  • POCO M4 Pro 5G
  • POCO X4 Pro 5G
  • Redmi Note 10 5G
  • Redmi Note 11 Pro 5G
  • ASUS Zenfone 8
  • ASUS Zenfone 8 Flip
  • ASUS ROG Phone 5
  • ASUS ROG Phone 5s
  • Infinix Zero 5G
  • Legion Phone Duel
  • Nokia G50
  • realme GT Master
  • realme GT 2 Pro
  • realme 9 Pro Plus
  • TCL 20 Pro 5G

O que é o 5G?

É a nova geração de internet móvel, uma evolução da conexão 4G atual.

A promessa é que ela trará mais velocidade para baixar e enviar arquivos, reduzirá o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e tornará as conexões mais estáveis.

Essa evolução da rede vai permitir conectar muitos objetos à internet ao mesmo tempo: celular, carro, semáforo, relógio. Tudo isso já pode ser ligado ao 4G, mas é esperada uma melhoria na conexão.

Isso tudo será possível com a futura massificação da conexão 5G “standalone” (SA) ou “autossuficiente”, na tradução livre para o português.

Por ora, a conexão predominante no 5G é a “non-standalone”, que tem alta velocidade, mas cujo tempo de resposta (latência) não é tão pequeno quanto o da SA. Ela usa parte da estrutura do 5G e parte do 4G.

Desde 2020, as operadoras já propagandeavam o “5G”, mas, na verdade, ofereciam o DSS, uma experiência de transição para a nova geração, mas que acontecia totalmente na estrutura 4G, com poucas mudanças na prática.

Quando o 5G chegará à minha cidade?

A primeira capital a ter oferta em larga escala da quinta geração de internet móvel foi Brasília, no começo de julho de 2022.

Algumas cidades chegaram a ter antes a ativação do sinal, em escala menor, como Franca (SP), Uberaba e Uberlândia, ambas em Minas Gerais, em uma faixa diferente da principal.

Mas para que todo o país tenha o 5G ainda vai levar um tempo. Primeiro porque não cobre toda a cidade de uma vez: em Brasília, a cobertura começou com 80% da área, por exemplo. Em São Paulo, 25%. E nem todos os assinantes têm acesso ao “5G puro”.

A expectativa de fontes ligadas ao setor ouvidas pelo g1 em 2021 era de que levaria de 2 a 4 anos para que o 5G estivesse efetivamente disponível em diversos bairros das maiores cidades do país.

Isso porque, como apontou o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedra, em setembro de 2021, o 5G vai exigir muito mais antenas do que o previsto no edital do leilão para entregar todo o seu potencial. Por isso, o serviço ficaria restrito a uma pequena área das capitais num primeiro momento.

No edital do leilão estava previsto que o 5G deveria funcionar nas 26 capitais do Brasil, além do Distrito Federal, em julho de 2022. Mas isso não aconteceu.

“(…) a implantação do 5G em julho de 2022 seria apenas para inglês ver, sem efeitos práticos para quase a totalidade da nossa população”, antecipou Cedraz.

O cronograma oficial foi adiado duas vezes pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Primeiro, para 29 de setembro de 2022. A previsão atual é de que o 5G “puro” deverá ser ativado em todas as capitais brasileiras até 27 de novembro de 2022.

As operadoras que venceram o leilão se comprometeram a investir em infraestrutura para oferecer a conexão, como instalação de fibras ópticas. Mas, segundo a agência, faltam equipamentos para elas fazerem a “limpeza da faixa” de 3,5GHz, que será usada pelo 5G, segundo a Anatel.

O procedimento é necessário porque essa faixa também é usada para transmissão do sinal da TV parabólica e o Ministério das Comunicações definiu que a implantação do 5G não prejudicaria as pessoas que assistem TV aberta e gratuita por meio dessa tecnologia de radiodifusão.

Quem usa esses equipamentos vai ter que trocar o aparelho por um digital, para não perder o sinal televisivo.

Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação ainda é julho de 2029. Veja o cronograma completo da Anatel:

  • 27 de novembro de 2022: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 100 mil habitantes
  • 31 de julho de 2023: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes
  • 31 de julho de 2024: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes
  • 31 de julho de 2025: capitais e Distrito Federal e cidades com mais de 500 mil habitantes tendo uma ERB a cada 10 mil habitantes
  • 31 de julho de 2026: cidades com mais de 200 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2028: pelo menos 50% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2029: todas as cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes

Nos municípios com até 30 mil habitantes, a agência determina a instalação de até cinco estações rádio base, conforme o tamanho da população. Veja o cronograma para estas cidades:

  • 31 de dezembro de 2026: 30% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2027: 60% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2028: 90% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2029: 100% dos municípios com até 30 mil habitantes

O que significa Mbps, Gbps, MHz e GHz?

  • Hz: hertz, é a unidade de medida de frequência de ondas e equivale a um ciclo por segundo.
  • MHz: megahertz, representa 1 milhão de hertz (1 milhão de ciclos por segundo).
  • GHz: gigahertz, representa 1 bilhão de hertz (1 bilhão de ciclos por segundo).
  • Bps: bits por segundo, é a menor unidade medida de transmissão de dados por segundo.
  • Mbps: megabits por segundo, representa 1 milhão de bits por segundo.
  • Gbps: gigabits por segundo, representa 1 bilhão de bits por segundo.

O que são as faixas do 5G?

As faixas do 5G são as frequências em que a rede opera. Uma analogia usada para explicar as faixas são “rodovias” no ar por onde circulam os dados de internet.

É isso o que foi leiloado pelo governo brasileiro e permitirá que as operadoras passem a oferecer a conexão.

Ao comprar uma faixa, uma empresa pode fazer a exploração econômica (oferecendo conexão para as pessoas por exemplo), mas também precisa cumprir com obrigações previstas pela Anatel (veja mais abaixo quais são).

No Brasil, foram leiloadas faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz. As principais faixas para o 5G serão:

  • 3,5 GHz, a “principal”, que vai permitir conexões rápidas em longo alcance; é ela que está sendo ativada aos poucos pela Anatel;
  • 26 GHz, chamada de faixa milimétrica e que vai permitir as aplicações com tempo mínimo de resposta, mas que exige a instalação de mais antenas por ter um alcance de sinal limitado.

A exigência de mais antenas na faixa de 26 GHz e as demandas de cobertura da Anatel são vistas como desafios pelo setor de telecomunicações, pois as regras para a instalação delas são definidas por cada município.

A Lei das Antenas, sancionada em 2015, foi criada para facilitar o processo de instalação de antenas de redes móveis.

Em 2020 um decreto presidencial regulamentou alguns aspectos, como o silêncio positivo, que permite a instalação dos equipamentos após 60 dias caso não haja manifestação por parte de órgãos ou entidades municipais – desde que o pedido siga em conformidade com a legislação.

O quanto o 5G é melhor que o 4G (na prática)?

A média da velocidade 4G no Brasil foi de 21,6 Mbps (megabits por segundo) no primeiro trimestre de 2022, de acordo um relatório da consultoria OpenSignal.

O valor pode variar de região para região, da operadora utilizada e até mesmo do horário em que uma pessoa acessa a rede.

Uma conexão 4G com excelente performance chega a próximo 100 Mbps, segundo Leonardo Capdeville, chefe de inovação tecnológica da TIM.

“Se fizermos uma analogia com o mundo real, 100 vezes mais rápido é a diferença de velocidade entre um ciclista de alta performance e um caça de guerra”, afirmou Capdeville.

O 5G, por sua vez, pode chegar à velocidade entre 1 e 10 Gbps – uma diferença de 100 vezes ou mais em relação ao 4G.

Nem sempre o 5G vai atingir as velocidades absolutas, mas a melhora pode ser significativa.

Segundo especialistas, a melhora na velocidade pode ser vista tanto por quem usar o 5G “puro”, chamado “standalone” (SA) quanto o “non-standalone” (NSA), que ainda predominará por um bom tempo no Brasil e no mundo.

Mas o 5G SA se destaca pela “ultrabaixa” latência, o tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele “delay” que acontece em ligações em vídeo, quando é preciso esperar uns segundos até que a pessoa do outro lado veja e ouça o que falamos.

“No 4G, quando é muito boa a latência, ela é de 50 a 70 milissegundos. No 5G, pode ficar de 1 a 5 milissegundos. Estamos falando em reduzir numa ordem de 10 vezes o tempo que uma informação leva para percorrer a rede”, disse Capdeville.

Outra característica do 5G SA, que o difere das gerações de rede anteriores, é que ele poderá lidar com muito mais dispositivos ligados ao mesmo tempo. A conexão também será mais confiável, pois um aparelho vai poder se conectar com mais de uma antena ao mesmo tempo. Isso é que vai revolucionar áreas como a indústria, a telemedicina, ambientes de realidade virtual, carros autônomos, entre outras.

O que o 5G vai permitir?

Essas melhorias de velocidade, tempo de resposta e confiança do 5G “standalone” (SA) na rede prometem abrir um leque de aplicações, segundo especialistas.

Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G, bem como a chamada “indústria 4.0” com toda a linha de produção automatizada. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo.

Wilson Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e diretor de soluções da Nokia na América Latina, lembra de usos da internet que passaram a ser possíveis com o 4G e faz um paralelo com a novidade.

“Não tínhamos Uber no 3G porque não as características que o Uber pede, de localização, de velocidade, não estavam disponíveis. Essas aplicações surgiram com as redes 4G espalhadas. Quando tivermos o 5G espalhadas, teremos sensores e novas aplicações”, afirmou.

É o caso dos carros autônomos. Eles já existem, mas o tempo de resposta do 4G ainda não é veloz o suficiente para evitar acidentes em situações extremas, além de não suportar tantos dispositivos conectados ao mesmo tempo.

O 5G também pode revolucionar o próprio smartphone, já que as altas velocidades permitiriam que muito do processamento de tarefas deixe de acontecer no chip do aparelho e passe a ser na nuvem, pegando emprestado a potência dos computadores. O mesmo pode acontecer com acessórios médicos, como pulseiras e relógios conectados.

Em termos práticos e do dia a dia, as videochamadas devem se tornar mais claras, a experiência de jogos on-line também deve ser aprimorada, as transmissões de vídeo ao vivo devem travar menos e perder sinal em meio a uma multidão não deve mais acontecer.

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